domingo, 19 de agosto de 2012

"Madeira só tem dívida porque Estado abusa"


O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, considerou no sábado à noite, no Porto Santo, que foi o Governo Central, de coligação PSD/CDS-PP, a dar o primeiro passo de separatismo ao remeter ao arquipélago o pagamento da sua dívida.
"E no meio disto tudo, também temos que ter presente uma coisa: como viram a República disse 'a Madeira que pague as suas dívidas e nós, República Portuguesa, pagamos as nossas'. Afinal quem são os separatistas?", questionou Alberto João Jardim, que respondeu: "Quando um Estado como Portugal diz 'amanhem-se lá na Madeira e paguem o que fizeram', está dado o primeiro passo de separatismo, mas quem deu o passo foi o Governo de Lisboa".
No comício que assinala a rentrée do PSD-M, o também presidente do Governo Regional da Madeira sustentou: "Durante anos, como Lisboa e os poderes que lá estão não podiam negar o trabalho que se tinha feito na Madeira, então, para nos denegrir, eles começaram a dizer que nós vivíamos à custa da população do Continente".

"Não há investimento do Estado desde a autonomia"


"Nada de maior mentira, nada de mais mentiroso que essa afirmação", declarou Alberto João Jardim, perante centenas de pessoas que se concentraram no largo junto dos Paços do Concelho, frisando: "Não há um investimento do Estado na Região Autónoma da Madeira desde a autonomia". 
A este propósito, repetiu que "o Estado aqui paga as polícias, paga os tribunais, paga as Forças Armadas, que é o que está aqui para nos vigiar".
Aos presentes, Alberto João Jardim explicou as circunstâncias que levaram à dívida pública de seis mil milhões de euros, que levou ao pedido de assistência financeira a Lisboa, reiterando que a Constituição determina que o pagamento das despesas com saúde e educação cabem ao Estado. 
"Gastámos em investimento e em despesas do dia a dia desde que começou a autonomia, só em educação e saúde, nas matérias que a Constituição manda que seja o Estado a pagar, nove mil milhões de euros", exemplificou, insistindo que "se o Estado tivesse cumprido as suas obrigações neste momento, apesar de tudo o que se fez, a Madeira não tinha dívida". 
"E a Madeira só tem dívida porque temos um Estado que não é de direito, que abusa e faz o que quer das regiões e dos municípios", salientou o presidente do PSD-M. 

"Estamos manietados por gente estrangeira"


Alberto João Jardim referiu ainda que, na sequência do programa da troika, o país está "subjugado pelo poder estrangeiro". 
"A realidade é esta, perdemos a independência nacional, perdemos a soberania nacional, estamos governados, estamos manietados por gente estrangeira", observou, frisando, contudo, que há forma de sair desta situação. 
"Temos de nos aliar a todos aqueles que estão dispostos a mudar a política europeia", que disse ser a "favor do grande capital", desafiou o responsável, alertando, de novo, que não é "com este regime político" que "Portugal vai levantar a cabeça". 
No final do comício de verão do PSD-M, Alberto João Jardim deixou ainda uma mensagem de esperança: "Não desanimem, há esperança, a história não tem um fim, há sempre novos caminhos", afirmou, notando ser "preciso lutar" para encontrar esses caminhos e contra as forças do dinheiro, as sociedades secretas e os situacionistas.


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