Faleceu à três anos, mas a GNR bate à porta dos familiares que ficaram em choque
Ana Maria Lopes, ficou sem reacção quando a GNR bateu à porta da irmã na terça feira, dia 9 de Agosto com uma ordem judicial para prender o seu irmão deixando todos os familiares completamente em choque. José de Oliveira, de 49 anos morreu em 2008 no Hospital São Francisco Xavier e mesmo depois de falecido foi considerado pelo tribunal de execução de penas de Évora a um ano e sete meses de cadeia para cumprir. Encontrava-se em liberdade condicional, e continua a ser procurado por não ter cumprido as apresentações periódicas às autoridades.
Os familiares souberam do seu óbito quando os seis irmãos se deslocaram à conservatória de Alpiarça para assinar uma escritura de um terreno, na Tapada quando através do número do bilhete de identidade souberam do seu falecimento. No entanto, para a família José de Oliveira encontrava-se no estrangeiro.
Em Maio, o caso já tinha sido noticiado no Correio da Manhã pois, a família estava à procura do seu paradeiro, dado que, a irmã continuava a receber as cartas do tribunal dirigida ao irmão e dirigiram-se à GNR de Almeirim para reportar esta situação. Ana Lopes, sobrinha contou ao Jornal Mais Região que "desde esta data até agora a GNR não quis saber do caso e são eles mesmos que tem que resolver esta situação pois, tem que anexar no mandato de captura e pedir ao Registo civil a certidão de óbito para que de uma vez por todos este caso se resolva".
Ana Maria Lopes e filha afirmaram que "esta história parece uma bola de neve pois, à medida que vamos tentando saber mais informações vamos descobrindo novas coisas e enquanto isto não se resolver toda a família vive num constante sofrimento"
Hospital São Francisco Xavier
A irmã quando soube do falecimento de José Oliveira dirigiu-se ao hospital para saber mais informações e ter a certeza se realmente era a pessoa em questão. As únicas informações que lhes foram prestadas foi através de uma carta que diz que a vítima "entrou no hospital no dia 28 de Setembro de 2008 com uma queda que deu na via pública e ai permaneceu até morrer no dia 7 de Novembro de 2008." Para além disso, a direcção do Hospital afirmou aos familiares ter tentado entrar em contacto com a família colocando um anúncio no Jornal de Notícias e que também contactou a PSP para tomarem as devidas providências. "Disseram-nos que tinham enviado uma carta para a antiga morada do meu tio que foi devolvida, mas não consigo perceber como porque nós continuávamos a receber as cartas do Tribunal na nossa casa".
Reconhecimento do corpo
O corpo de José António, permaneceu conservado na morgue do hospital durante um mês e uns dias à espera que fosse reconhecido e segundo informações que a família recebeu por parte da unidade hospital foi que José Oliveira, ao fim deste tempo, foi reconhecido por um suposto amigo que a própria família desconhece. Todas as despesas do seu funeral foram pagas pela Santa Casa da Misericórdia que serve principalmente quando acontecem este tipo de situações. Acabou por ser sepultado no dia 7 de Novembro de 2008 segundo, as informações dadas pela certidão de óbito no cemitério de Benfica. "Isto é brincar com os nossos sentimentos porque o meu tio não era um sem abrigo, tinha família e qualquer coisa dava o contacto da minha mãe" confessou, visivelmente emocionada.
GNR de Almeirim
A primeira visita da GNR foi no dia 17 de Novembro de 2008, mas como ninguém estava em casa colocaram o edital na porta "Nem tiveram a dignidade de voltar mais tarde e falar pessoalmente connosco pois, ninguém tem nada a ver com os nossos problemas" disse a sobrinha. Quando viram o mandato em nome de José de Oliveira a irmã dirigiu-se à policia e explicaram a situação ficando descansadas. Como o mandato desta vez foi emitido através da execução de penas de Évora, a GNR de Almeirim dirigiu-se, novamente à casa de Ana Maria Lopes perguntando pelo fugitivo. Mais uma vez explicou toda a história "Eu nem queria acreditar quando os vi outra vez" disse a irmã.
Segundo Ana Lopes, que está à espera que a qualquer momento a GNR lhe faça outra visita deixou um aviso "que se porventura tudo isto se voltar a acontecer que chama não só os órgãos de comunicação social locais como também coloca o caso na televisão" para ver conseguem finalmente fazer o luto que mesmo depois de morto continua a ser procurado.
Notícia de Setembro de 2011