Alexandre Invernada assassinou o seu irmão José, por causa de um muro que divide as propriedades dos dois. O mais novo deitou o muro abaixo, o mais velho matou-o com um pau de videira.
A freguesia de Frade de Baixo, concelho de Alpiarça acordou no passado dia 2 de Janeiro em sobressalto
com a notícia de que José Invernada, 73 anos, tinha sido brutalmente assassinado pelo próprio irmão, Alexandre Invernada, de 78. Na origem do homicídio, um muro, construído há vários anos, que separava as
propriedades de ambos. Os dois habitavam paredes meias e José não concordava com a existência do muro, pelo que iniciou um processo em tribunal contra o irmão mais novo, que acusava de ter feito a obra ilegalmente, o que originou várias discussões entre os dois, culminando no crime.
Há cerca de um mês, José Invernada deitou o muro abaixo. Alexandre invadiu o terreno do irmão mais velho e começou a cortar as cepas das videiras, como retaliação. O dono das cepas não gostou, agarrou num pau de videira que encontrou junto à casa e partiu para a agressão, desferindo vários ataques a Alexandre, que o deixaram com múltiplos hematomas na cabeça, ferimentos no braço e no tórax.
Entregou-se e confessou
A Guarda Nacional Republicana de Alpiarça foi chamada ao local, procedendo á identificação do agressor, que não estaria em casa no momento. José invernada acabou por se entregar à GNR mais tarde, confessando a autoria do crime. Ficou detido até ser presente a Tribuna de Almeirim, que decretou a prisão preventiva do idoso, tendo o Ministério Público indiciado o homem por homicídio simples.Maria, uma das vizinhas de Alexandre e José Invernada, disse a “o Crime” que as brigas eram habituais, sendo os irmãos conhecidos pelas zangas relacionadas apenas com as partilhas.
Maria afirmou ao nosso jornal que só viu “a guarda a entrar para dentro de casa e depois quando eles saíram vi que traziam com eles um enorme pau que devia ter mais de um metro e que estava coberto de
sangue sensivelmente até meio da vara. Nós aqui não soubemos o que realmente aconteceu porque não sabemos quem é que chamou a guarda pois só soubemos que havia qualquer coisa quando vimos as autoridades, mas este tipo de coisas era normal entre eles porque nunca se deram bem. A pessoa que morreu era bastante simpática e não tinha razões de queixa dele”.
Moldura Penal
O artigo 131º do Código Penal português prevê uma pena de prisão entre 8 e 16 anos a quem, com intenção, matar outra pessoa.
Escrito e publicado no jornal semanário "O Crime" - Nuno Sotto Mayor
Homicídios em família
Mais de metade dos 118 homicídios registados em 2012 em Portugal foram praticados no círculo da família,
tendo como protagonistas, 63 familiares chegados, incluindo mães que mataram filhos, e ocorreram dentro de portas, igualmente palco privilegiado para cenas de violência doméstica e abusos sexuais de crianças, entre outros crimes.~
Na mesma página está este artigo da autoria do jornalista/diretor adjunto CarlosTomás
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