A cada ano que passa o número de suicídios nas prisões portuguesas é maior e só entre 2008 e 2009 aumentou mais de quinze vezes. Há organizações que defendem que alguns dos homicídios ocorridos nas prisões são classificados como sendo suicídios. No ano de 2012, o número de suicídios duplicou e até Novembro já estavam registados 16, em contraponto com os dados de 2008, em que ocorreram apenas sete.
Em 2009 um suicídio ocorreu no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) com um jovem de nacionalidade francesa que foi encontrado morto no interior da cela. O jovem encontrava-se afastado da família e muito solitário, mas ao contrário do que acontece nos outros casos suicidou-se por enforcamento.
Fonte policial na época referiu que “não ocorreu qualquer falha na segurança e que quando um preso quer por termo à vida qualquer objecto serve”.
Para a Associação Contra a Execução pelo Desenvolvimento (ACED), presidida por António das Dores “os problemas de saúde mental têm elevada prevalência nas cadeias e o acompanhamento próximo de casos de risco exige muitos recursos e formação do pessoal”.
Nalguns casos os apelos chegam já tardiamente. As associações de defesa dos reclusos defendem que há
suicídios relacionados com o consumo e tráfico de drogas em ambiente prisional. As dívidas e o medo de
represálias, bem como as lutas entre gangues levam alguns reclusos a tomarem este tipo de decisões.
Sempre que há suspeita de que uma morte tenha contornos de homicídio é necessário a intervenção dos agentes de investigação criminal. Na prisão a lei é a mesma. Mas a capacidade de investigação é muito mais reduzida
Publicada no jornal o Crime esta semana na edição nº 1601
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