A PJ realizou buscas na sede de num dos maiores grupos empresariais da região de Santarém. A Conforlimpa é uma empresa especializada em limpezas, em especial no sector empresarial do Estado.
Esta buscas na empresa e também em casa do presidente levaram à detenção do presidente do grupo, Armando Cardoso, por suspeitas da prática de um crime de fraude fiscal qualificada. Segundo conseguimos apurar o empresário foi detido na sequência da operação ‘Clean’, que foi desencadeada em várias zonas do país, levada a cabo pela Autoridade Tributária e Aduaneira, com a colaboração da Polícia Judiciária. Em comunicado enviado à agência Lusa, na noite de quinta feira, o DIAP explicou que o detido criou, de forma reiterada, entre 2005 e o corrente ano, empresas fictícias destinadas à emissão de faturação falsa, para que a principal empresa do grupo contabilizasse o custo e deduzisse indevidamente o IVA. Estas sociedades
não possuem estrutura operacional para a prestação dos serviços e os seus ‘supostos’ trabalhadores são, na realidade, empregados que trabalham, exclusivamente, para e por conta da principal empresa do grupo», explica a nota. Com esta conduta, Armando Cardoso «prejudicou o Estado em mais de 40 milhões de euros», afi rma o DIAP. Segundo o mesmo comunicado, as buscas realizadas nas empresas do grupo e na casa do empresário, em Santarém, tinham por objetivo «apreender contratos de prestação de serviços, faturas, recibos e registos contabilísticos». Entre as provas recolhidas constam os balancetes de 2012, os quais permitem, segundo o DIAP, concluir que, só nos dois primeiros meses deste ano, uma dessas empresas deduziu IVA no valor aproximado de 1,2 milhões de euros. O empresário foi presente a Tribunal sexta feira passada, dia 12, tendo fi cado decretada a prisão preventiva o que não agradou ao seu advogado de defesa, Artur Marques, que em declarações à agência lusa referiu que vai recorrer da decisão. “Entendemos que não estão reunidos os pressupostos que justifi cam a aplicação deste tipo de medidas”, disse o advogado, explicando que a decisão do juiz de colocar Armando Cardoso em prisão preventiva foi fundamentada pela existência de perigo de fuga, perigo de continuação de atividade criminosa e perigo de perturbação da investigação, argumentos com que a defesa não concorda. O jornal “O Crime” entrou em contacto com o escritório de Artur Marques, mas este encontrava-se ausente, sendo que, nos foi dito que estava num julgamento em Aveiro. No entanto, foram enviadas algumas perguntas para o e-mail do escritório que até ao fecho da nossa edição não foram respondidas. Ao que “O Crime” conseguiu apurar junto de uma fonte da administração, quem está a substituir o presidente da Conforlimpa, António Cardoso, é a sua filha Ana Cardoso adiantando ainda que a empresa continua a funcionar com normalidade.
Governo sabia da divida
Segundo avançou o jornal CM, o Governo tinha conhecimento, de que Armando Cardoso, o presidente da Conforlimpa, tinha uma dívida ao Fisco de 40 milhões de euros. O empresário, que está em prisão preventiva, teve várias reuniões com elementos do gabinete do secretário de Estado adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional e chegou mesmo estar em cima da mesa a proposta de um plano de pagamentos. Esta proposta fi cou sem efeito após a detenção
Escrito por: Nuno Sotto Mayor
Publicado no semanário, Jornal "O Crime"
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