segunda-feira, 18 de março de 2013

Ex comandante de Coruche acusado de Tortura clama inocência




Sérgio Malacão, ex comandante do posto da GNR de Coruche está acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de tortura e de dois crimes de ofensa à integridade física qualificada. O sargento nega as acusações e fala em falta de provas e perseguição.
A acusação é feita com base na denúncia de três feirantes - pai e dois filhos - que vendiam brinquedos de plástico e que foram detidos pelos militares da GNR, incluindo o arguido, na sequência de distúrbios ocorridos no recinto da festa em honra de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche a 16 de agosto de 2010. “O MP fez o inquérito todo sem sequer me ouvir. Só fui chamado a prestar declarações em 2012, quando se sabe que as investigações têm um prazo legal de oito meses para serem concluídas.

A cada dia que passava as acusações aumentavam e eu alheio a tudo. Trata-se de uma acusação sem sentido e que eu provei ser falsa com várias testemunhas. Porém, o MP não quis saber e fez a acusação na mesma”, revelou a “o Crime” o sargento Malacão.
De acordo com este militar, actualmente a trabalhar em Setúbal, as pessoas que o acusam e que foram detidas na festa nem sequer foram acusadas pelo MP de Coruche: “Só na fase de instrução, aberta a meu pedido, é que o MP de Santarém os acusou de dois crimes de injúrias, dois de ameaças agravadas e dois de ofensas à integridade física. Eles dizem que os agredi, mas eu é que levei com um barrote cabeça contra um jipe” que estava no local. No mesmo despacho, o MP critica os comportamentos do militar dizendo que “os ilícitos imputados ao arguido foram de extrema gravidade e foram cometidos durante o exercício das funções que são de autoridade pública, demonstrando assim uma personalidade insensível ao direito e aos deveres inerentes às suas funções pretendendo, assim, perturbar a sua capacidade de livre determinação e circulação”.
Acrescenta, ainda, “que o arguido sabia que os mesmos se encontravam detidos e que estava sob a sua responsabilidade diminuindo assim a sua auto estima por estes se afastarem da localidade”.
A acusação sustenta ainda que as vítimas foram assistidas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde lhes foram diagnosticados diversos traumatismos, nomeadamente craniano com perda de conhecimento, e diversos nas costas e tive de receber tratamento hospitalar. Tenho a certeza que estou inocente e quero acreditar que isso vai ficar provado.”
A acusação
Segundo a acusação, a que o nosso jornal teve acesso, o MP sustenta os crimes com base nos relatos proferidos pelos feirantes que alegam que o militar, já no posto, terá “apontado um revólver, onde percutiu o gatilho como se tivesse a jogar à roleta russa e agrediu três queixosas com um chicote tipo raboboi, com pontapés, socos, bastonadas, ventoinha, um
telefone e uma mesa” tudo com as alegadas vítimas algemadas. As supostas agressões aos três homens, continuaram, diz o MP, num pátio, onde o arguido “desferiu pancadas nas costas das vítimas com uma mangueira e molhou-lhes a roupa”. Seguidamente, o ex-comandante terá agarrado os cabelos do jovem de 16 anos e “atirou-lhe a hematomas ficando impossibilitadas de trabalhar durante vários dias.
No entanto, a defesa do militar condena as palavras dos arguidos dizendo que “as supostas agressões tiveram apenas um intuito defensivo e as lesões apresentadas só poderão ter sido causadas no acto da detenção, quando os feirantes se recusaram a acompanhar os militares”.
Na véspera, segundo o nosso o nosso jornal apurou, os queixosos tinham-se envolvido numa rixa com outros feirantes, numa disputa de espaço no recinto das festas.
Armas
Além deste processo, o sargento Malacão está ainda a ser investigado por manter armas ilegais e estupefacientes no posto de Coruche. “Trata-se de mais uma falácia. Foram lá apreender as armas, mas eu quando fui comandar o posto fiz um levantamento de todo o material existente e entreguei o relatório aos meus superiores.

Publicada no jornal o crime esta semana

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