sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"O nosso sacrifício tem de ter um propósito", diz Cavaco Silva


O Presidente da República frisou hoje que o seu papel é estar acima dos conflitos e advertiu que "o nosso sacrifício tem de ter um propósito" e Portugal uma linha de rumo de médio e longo prazo.
Cavaco Silva falava nas comemorações da República, este ano no Pátio da Galé e não como era tradicional no Largo do Município, após o discurso do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.
"Nos termos da Constituição, o Presidente da República deve situar-se numa posição suprapartidária, acima das controvérsias políticas que marcam o dia-a-dia, pois só assim poderá ser moderador em caso de conflitos, promotor de consensos, atuar com isenção e imparcialidade", disse o chefe de Estado.
Cavaco Silva salientou que Portugal tem de conseguir a sua autonomia financeira face ao exterior, mas vincou que esse objetivo "ainda não foi alcançado" e que estão a ser pedidos grandes sacrifícios aos portugueses.

Sacrifícios para encontrar um futuro 


"Tão absorvidos que estamos pelas dificuldades do presente que rapidamente podemos perder o sentido do futuro. Por muito difícil que seja o presente, não podemos abdicar de uma linha de rumo que nos sirva de orientação, uma estratégia nacional que antecipe os desafios que iremos enfrentar num horizonte de médio e longo prazo", salientou o Presidente da República.
Neste contexto, o chefe de Estado deixou uma mensagem muito direta: "Se não soubermos o que queremos amanhã, de pouco adiantam os sacrifícios que temos de fazer hoje. O nosso sacrifício tem de ter um propósito, um sentido, uma razão de ser". 
"Não atravessamos dificuldades unicamente para corrigir os erros do passado recente, mas também para encontrar um rumo de futuro", insistiu Cavaco Silva.

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