Paulo Portas anuncia, num comunicado enviado às redações esta madrugada, que "o CDS votará o Orçamento de Estado considerando que Portugal não pode ter uma crise política que agravaria, ainda mais, a situação económica e social extremamente sensível que o nosso país atravessa".
O ponto essencial no argumentário de Paulo Portas é que a não aprovação do Orçamento do Estado seria, desde logo, um "incumprimento dos compromissos estabelecidos com os nossos credores". Ou seja, depois do Orçamento, logo se vê; para já não haverá crises.
O comunicado, de quatro pontos, elenca uma série de razões pelas quais o CDS não pode deixar de viabilizar o Orçamento do Estado, mas nunca se pronuncia sobre o conteúdo do documento e as opções orçamentais de Vítor Gaspar. O mais longe que vai é admitir a necessidade de algumas dessas opções serem alteradas, pelo que o CDS promete que, através do seu grupo parlamentar, "contribuirá para melhorar aspetos do Orçamento de Estado até à conclusão do respetivo processo".
Entre as razões invocadas por Paulo Portas para o voto a favor - independentemente do desenho final do documento - está o facto de o CDS "valorizar a estabilidade" quando Portugal está "num momento especialmente crítico", sob assistência financeira.
"O CDS tem em atenção que Portugal depende desta assistência externa, de que é exemplo o financiamento que deverá ser aprovado na próxima semana", escreve Portas, que continua: "O CDS leva ainda em conta a situação na zona euro, especialmente nalguns Estados-membros, e considera, por isso, que Portugal deve revelar prudência para evitar perigos suplementares".
Mais: "O CDS sabe ainda que a inexistência de um Orçamento constituiria, em si mesmo, incumprimento dos compromissos estabelecidos com os nossos credores. Face a este quadro de referência o CDS deve colocar acima de tudo o seu dever de responsabilidade perante o país."
Paulo Portas conclui que, "sendo a terceira força política e acreditando nas instituições o CDS sublinha que, sobretudo numa situação de emergência nacional, todos têm um contributo a dar para assegurar a estabilidade política, o consenso nacional e a coesão social em Portugal."
O líder centrista reúne-se amanhã com o grupo parlamentar do CDS, um facto inédito nesta legislatura, para discutirem a tática a adotar no debate orçamental.
Leia o comunicado:
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