quinta-feira, 16 de maio de 2013

Aos 3 anos viu o pai matar a mãe


"O pai fez mal à mãe da Laurinha" Foram as primeiras palavras que a menina disse aos familiares quando foi encontrada numa outra divisão da casa e com um hematoma na cabeça. Estava com as mangas do pijama molhadas e extremamente nervosa.

"Porque é que ele fez aquilo à minha sobrinha! Se ele se queria matar porque não se matou só ele" estas foram as palavras que Cremilde, tia de Ana Oliveira proferiu junto à vivenda, visivelmente emocionada e incrédula como a sobrinha foi encontrada morta.  
O "Crime" esteve no local e conta como tudo aconteceu: o alerta que algo de estranho se passava  foi dado por parte do patrão de Paulo Martins que estranhou o seu atraso pois, não era normal. Decidiu ligar para o pai e perguntar pelo mesmo. Este disse que não sabia e decidiu ligar. Como não atendeu  foi até à vivenda, onde morava  e como viu tudo fechado estranhou. Chamou a GNR que arrombaram a porta. Lá dentro a casa estava toda revirada deparando-se  com  Ana afogada na banheira e partes da casa cheias de sangue incluindo a casa de banho. Minutos depois foram ao anexo da casa,que servia de garagem encontrando Paulo enforcado junto ao carro. As chaves e os documentos estavam no tablier da viatura.  No local estiveram os bombeiros municipais de Salvaterra de Magos, o INEM, a GNR e a PJ que tomou conta da ocorrência, uma vez que, é da sua competência.
Ana, actualmente estava desempregada e Paulo trabalhava num armazém de uma das maiores empresas que vende materiais de construção - Quitérios.  Eram casados pelo registo civil há cerca de cinco anos, mas há muito que o casamento não estava a correr bem e dormiam em quartos separados há três anos.
Segundo relatou a tia de Ana ao nosso jornal " ela tinha entrado com o processo de divórcio e apresentou queixa por violência doméstica na GNR da qual eu fui testemunhar a favor dela. Acrescentou ainda " desde que a filha nasceu a relação deles mudou e o Paulo nunca mudou uma fralda à menina. Aliás, a Ana contava que já estava farta de viver assim e que queria paz, mas nunca contou que ele lhe batia agora o que se passava dentro de portas nós não sabemos".
Queixas por violência Doméstica
Fonte familiar, que pediu para não ser identificada, contou ao "Crime" que " a primeira  queixa contra o Paulo foi apresentada em Santarém no Gabinete de Apoio à Vitima. Esta por sua vez,  informou à Comissão de Protecção de Menores de Salvaterra que chamou a mãe e a menina. O que ele encontrou em casa foi o processo de pedido de apoio judiciário para o divórcio que estava dentro de uma pasta castanha.  Para além disso, a Ana deu entrada por várias vezes ao Hospital de Santarém para ser vista por psicólogos devido ao seu estado".  
Namoro arranjado
Apuramos  junto dos familiares de Ana que Paulo foi o seu único namorado e o namoro começou quando ela trabalhava numa loja de roupa. Ele era irmão da colega e na altura tinha terminado o relacionamento com outra pessoa. Namoraram durante algum tempo e decidiram dar o nó. Desta relação nasceu Laura de 3 anos que terá assistido a tudo.
 "O pai fez mal à mãe da Laurinha"
 Foram as primeiras palavras que a menina disse aos familiares quando foi encontrada numa outra divisão da casa e com um hematoma na cabeça. Estava com as mangas do pijama molhadas e extremamente nervosa.
As suas palavras, levaram os inspectores da PJ a colocarem a hipótese de a criança ter assistido à morte da mãe. Laura foi acompanhada  por uma prima até ao hospital de Santarém, onde fez alguns exames sendo logo, accionado uma psicóloga que a acompanhou  O nosso jornal sabe que na noite do crime  a criança passou a noite na unidade hospitalar por precaução e que mais tarde confessou ter visto.
Familiares de Paulo inconsoláveis
"O crime" chegou à fala com os familiares de Paulo Martins , designadamente a sua mãe, mas esta disse "eu não estou em condições nem físicas nem psicológicas para falar e antes que diga alguma coisa que não deva prefiro não dizer nada". Até ao fecho da nossa edição não obtivemos quaisquer declarações por parte do irmão de Paulo Martins, Augusto Martins que vivia próximo dele.
"Nunca esperávamos tal coisa do Paulo"
Estas foram as palavras de uma colega de trabalho de Paulo Martins que com as lágrimas no rosto, em declarações ao nosso jornal disse " ainda não estou em mim e em tantos anos que trabalhei com ele não vi nenhuma agressividade vinda da parte dele. Agora o que eu sabia era que ele não estava bem com a mulher dele e mais não sei dizer". 

Escrito por Nuno Sotto Mayor e publicado no jornal "o crime" na semana passada

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