O Prémio Nobel da Paz de 2013 foi atribuído à organização para a proibição das armas químicas. A OPCW, sigla em inglês para «Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons»,
foi criada em 1997 pelos países que já participavam da Convenção de
Armas Químicas (assinada em 1993). A sede da OPCW fica em Haia, na
Holanda. O Comité Nobel norueguês quis premiar o trabalho da OPCW «pelo seu intenso esforço na eliminação das armas químicas no mundo».
Apesar
de ser uma organização internacional independente, a OPCW trabalha em
estreita cooperação com as Nações Unidas. Todos os 190 países que
assinaram a Convenção das Armas Químicas pertencem automaticamente à
organização.
Neste momento, apenas quatro países não participam desta organização: Angola, Coreia do Norte, Egito e Sudão do Sul.O
último país a entrar na lista da OPCW foi a Síria, a 14 de Setembro de
2013, após o acordo alcançado com a comunidade internacional para a
destruição das armas químicas existentes no país.
O ataque nos
subúrbios de Damasco, no final de agosto deste ano, que vitimou mais de
1400 pessoas, voltou a mostrar o impacto destas armas sobre civis. Aliás,
é na Síria que, neste momento, se encontram diversos especialistas
desta organização. Juntamente com a ONU estão a supervisionar o processo
de desmantelamento e destruição das armas químicas do regime de
Damasco.
Thorbjorn Jagland, secretário do Comité Nobel, que
anunciou a decisão da entrega do Nobel também aludiu aos «recentes
acontecimentos na Síria, onde voltaram a ser usadas armas químicas» e
que «tornaram evidente a necessidade de aumentar os esforços para
eliminar estas armas».
Mas o Comité Nobel norueguês deixou
«recados» a outros países, neste anúncio oficial do Prémio Nobel da Paz e
lembrou que há países que «ainda não assinaram a Convenção» e outros
que «não respeitaram o prazo e abril de 2012, para destruir armas
químicas», o que se aplica especialmente «aos Estados Unidos e Rússia».
Uma
das finalidades da OPCW é trabalhar para colocar em prática a Convenção
das Armas Químicas e convencer os países que ainda não assinaram o
documento a fazê-lo. Em Junho deste ano, por exemplo, a Somália acedeu
assinar a Convenção após anos de esforços desta organização.
A
OPCE tem ainda como funções: investigar e confirmar a destruição das
armas químicas; monitorizar várias atividades na indústria química para
reduzir o risco de que produtos sejam usados inapropriadamente; prover
assistência e proteção aos países-membros se estes forem atacados ou
ameaçados com um ataque de armas nucleares e, por fim, promover a
cooperação internacional para o uso pacífico de produtos químicos.
Após
a sua criação em 1997, a OPCW foi dirigida pelo brasileiro José
Bustani, depois pelo argentino Rogelio Pfirter (2002) e tem agora como
rosto principal o turco Ahmet Üzümcü (que assumiu o lugar em 2010). Portugal
assinou a Convenção das Armas Químicas em 1997 e, desde então, é membro
da OPCW. É, atualmente, representado por José de Bouza Serrano,
embaixador de Portugal na Holanda.
Fonte: TVI24
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