O "Curso de Teatro e Televisão de Trás para a Frente" é um projeto inovador e pioneiro em Portugal e está prestes a arrancar com as audições para este curso. Terá lugar já, dia 12 de Agosto em Lisboa.
O blog "Mundo Jornalismo" teve à conversa com uma das fundadores deste projeto, Mónica Leite que explicou como irá decorrer este curso e quais os seus principais objetivos bem como as suas fases. Deixou ainda, uma incentivo para aqueles que são mais "inibidos" se inscreverem neste curso que pode mudar a vida daqueles que serão amanhã os futuros atores, realizadores, maquilhadores, produtores, cenógrados.
Fale-nos
um pouco sobre este curso?
Este curso complementa a educação e a
formação artística de quem quer seguir a profissão de actor, ou
director/encenador/realizador, ou cenógrafo, ou designer, ou maquilhador, entre outras áreas. É um curso cheio de formadores profissionais e muito prático. Assim como os
bailarinos e os cantores têm de praticar todos os dias também o têm de fazer os
actores, directores, cenógrafos, designers, maquilhadores.
Como
é que ele é constituído?
Este curso está dividido em três
anos, cada um deles com três trimestres, nove trimestres no total. O primeiro
ano é comum para todos e os alunos vão ser expostos
a diversas matérias. Vão construir cenários, desenhar, construir e desenhar
roupa, tratar das luzes e do som, pôr maquilhagem neles próprios e no outro,
fazer adereços, representar para teatro e para câmara, dirigir,.. Depois no
segundo ano vão poder optar e no terceiro terão um estágio.
Como
é que surgiu esta ideia?
Viajei com os UWP (Up With People)
durante um ano e depois estudei nos EUA durante sete anos. Fiz o BA em Theatre
Arts Acting/Directing e depois o MFA em Theatre Arts Directing. Durante este
tempo todo construi
cenários, desenhei, construi e desenhei roupa, andei pendurada a tratar das
luzes e do som, a fazer maquilhagem a mim e aos outros, a fazer adereços, a
representar, a dirigir,... enfim, foram cursos bastante completos que me
ajudaram não só a decidir qual o caminho que queria seguir mas também a ter um
respeito grande pelo trabalho dos outros. Criava-se, cria-se uma grande entre
ajuda. Achei e acho isso bastante importante. Cresci muito como pessoa e
artista. Nessa altura o que pensei foi, que bom que seria chegar a Portugal e
implementar cursos destes.
Decorre
apenas em Lisboa ou pretendem criar escolas em mais alguns pontos do País?
A ideia é chegar aos vários pontos
do país.
Até
ao momento quantas inscrições já conseguiram?
As inscrições que temos são as das
audições, só depois disso é que decidiremos e saberemos quem serão os escolhidas
para fazer parte do curso.
Quais
as vossas expetativas?
Formar profissionais que tenham um
maior respeito e reconhecimento pelo trabalho de quem no dia a dia está com
eles ao lado. Uma maior entreajuda que levará a um maior sucesso de cada um
como artista e como pessoa.
Porquê
o nome "Curso de Teatro e Televisão de trás para a frente?
À frente e atrás das câmaras e
dentro e fora do palco. Do que se passa atrás, até ao que se vê cá à
frente.
Quais
são as saídas profissionais ou as áreas que os formandos depois de tirarem este
curso podem trabalhar?
Dizem que um actor demora 20 anos a
formar. Pois é estes são 3 anos na vida de um actor, ou director, ou cenógrafo
ou designer, ou… ou…. O importante é sair deste curso com mais conhecimentos
sobre si próprio, sobre a arte que se quer seguir e sobre o seu caminho como
artista. Por isso no fim dos três anos ser-lhe-á por certo muito mais fácil trabalhar em conjunto com outros
artistas, em teatro, televisão, cinema, em qualquer das áreas que escolher.
Acredite em si!
Para
quem está ainda indeciso de fazer este curso faça um pequeno apelo para aqueles
que estão mais receosos?
Este curso complementa a educação e o lado artístico de quem quer seguir
esta profissão. É um curso cheio de formadores profissionais, muito prático.
Assim como os bailarinos e os cantores têm de praticar todos os dias, também o
têm de fazer os actores, directores, etc... JUNTE-SE A NÒS E SEJA O PRIMEIRO A TER ESTA FORMAÇÃO COMPLETA EM PORTUGAL!
Muito
resumidamente fale-nos sobre o seu percurso de vida profissional?
Como foi essa experiência e o que é que isso lhe transformou
a vida artística?
A experiência foi
fantástica. Muitas oportunidades de trabalhar com profissionais e com alunos
numa mistura que leva cada um a querer fazer sempre melhor. Os trabalhos, nas
aulas, eram avaliados pelos professores mas depois os espectáculos eram vistos
pelo público em geral e criticados pelos jornais, como qualquer outro espectáculo
profissional.
Este curso está repleto de formadores profissionais em cada
área e haverá ainda convidados especiais. Sem levantar muito a ponta do véu
quem são os formadores?
Aqueles que já estão
confirmados:
Mónica Leite - Master of Fine Arts - Theatre Arts Directing
Maria Henrique - Actriz, Encenadora, Directora de Actores e pioneira do Coaching para Actores em Portugal
José Fanha - Escritor/Poeta/Dramaturgo
Miguel Ramos - Fashion Designer
Beatriz Ramos de Matos - Designer de Cena
Ivan Coletti - Maquilhador, Actor, Produtor
Sofia Santiago - Professora de Dança
Denise Domingos – Luminotecnia
Mas teremos mais inclusive alguns convidados que vêm do estrangeiro.
Desde que veio
para Portugal começou por implementar o que aprendeu em prático e quais foram
as maiores dificuldades que sentiu?
Quando vim para Portugal
comecei, meses depois, a dar aulas na recém aberta Casa Do Artista, convidada
pelo querido Armando Cortês. Demos início à formação na Academia da Casa do
Artista em 1999. Com o Trabalho com a Ana Nave e depois com o convite do
Virgilio Castelo para trabalhar na então NBP comecei a inteirar-me dos novos
nomes do teatro e televisão nacionais.
Na sua opinião, como vê o panorama artístico principalmente na
representação em Televisão, dado que, agora tem surgido novas estrelas e rostos
que nos entram todos os dias nas nossas casas?
Está em crescimento em
número, mas nem sempre em qualidade. Acho que as pessoas se esqueceram um
bocadinho que não é vergonha nenhuma ter formação. Se forem aos EUA por
exemplo, e quiserem ter uma aula de representação podem por certo cruzar-se com
um actor que conhecem. Isto porquê? Porque não é vergonha nenhuma praticar,
aliás é um dever que temos para connosco, faz parte do crescimento e da evolução.
Os bailarinos só dançam, ou ensaiam quando têm espectáculos? Os músicos só
tocam, ou ensaiam quando têm espectáculos? Pois então e os actores? E os
Directores? E os Cenógrafos, e designers de moda, luzes, som, etc? Pois é
parece-me que há qualquer coisa cá em Portugal que leva algumas pessoas a
sentirem-se constrangidas ao praticar e aprender mais sobre eles próprios e a
profissão. A vida é uma aprendizagem e ao fazemos um ou dois trabalhos não podemos
achar que sabemos tudo.
Temos lugar para eles todos?
Haverá lugar para os que mais trabalham e
mais evoluem, mais investem e que com tudo isso mais marcam a diferença.
Na sua opinião eles conseguem lidar com tanta exposição
mediática?
Alguns lidam bem e outros
menos bem.
Para terminar a nossa entrevista o que é necessário para ser
um grande artista?
Humildade.
Escrito por: Nuno Sotto Mayor
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