domingo, 9 de setembro de 2012

Seguro deixa implícito chumbo do Orçamento


O secretário-geral do PS, António José Seguro, assegurou hoje que o PS "não pode pactuar" nem será "cúmplice do caminho de austeridade" seguido pelo Governo, garantindo que isso terá consequências na votação do Orçamento de Estado para 2013.
"O PS não pode pactuar com um caminho de que discorda. Assim não. O Governo não muda, esticou a corda e o PS prefere um caminho alternativo. Não somos nem seremos cúmplices das políticas erradas do atual primeiro-ministro", afirmou o líder socialista, na Universidade de Verão do PS, em Penafiel.
Numa primeira reação às medidas anunciadas na sexta-feira pelo primeiro-ministro, António José Seguro lembrou que o Governo tem insistido "na política que se tem revelado um fracasso" e que assim o "país não vai lá".
"É tempo de separar as águas de um modo mais claro. Avisei várias vezes que a austeridade do 'custe o que custar' está a aumentar a pobreza", referiu.

"O caminho do Governo não é o caminho do PS" 


No seu entender, "quando o primeiro-ministro opta pelas medidas [que anunciou na sexta-feira], não pode ignorar o que o PS tem dito e as consequências que terá na votação do Orçamento de Estado para 2013".
Segundo o secretário-geral socialista, "o caminho do Governo não é o caminho do PS e da maioria dos portugueses".
No final da declaração política que fez na Universidade de Verão, o líder do PS não esclareceu os jornalistas sobre se o partido irá votar contra o orçamento. "Não tenho nada a acrescentar, as minhas palavras foram muito claras", disse à comunicação social.
No seu discurso perante dezenas de militantes do PS da zona do Porto, que encerrou a Universidade de Verão realizada por aquela federação distrital, António José Seguro destacou que as medidas de austeridade anunciadas na sexta-feira por Pedro Passos Coelho "ultrapassam todos os limites" e visam "tapar os buracos da política do primeiro-ministro".
"O Governo ataca os trabalhadores, provocando o agravamento das injustiças e desigualdades sociais", disse, frisando que o aumento anunciado da Taxa Social Única (TSU) "penaliza mais os portugueses que menos recebem".

"Teimosia" de Passos 


Muito aplaudido pelos militantes, Seguro criticou a "teimosia" do primeiro-ministro em seguir uma receita com resultados conhecidos: "mais desemprego, menos economia, mais dívida pública, mais falências e nem sequer o objetivo do défice foi alcançado".
Por isso, insistiu, o PS opõe-se às novas medidas e salientou haver outro caminho, com mais tempo para consolidar as contas públicas.
António José Seguro sublinhou que o primeiro-ministro está "isolado na defesa ideológica" de uma política de empobrecimento do país e que "também na Europa o Governo está isolado na defesa de uma linha que ninguém se atreve a defender, nem mesmo no BCE [Banco Central Europeu]".
O socialista apontou, aliás, o "falhanço político" de Pedro Passos Coelho "ao excluir-se de um novo consenso político europeu" e lembrou que, ao contrário do Governo, há um ano que o PS defende um papel mais ativo do BCE. "O primeiro-ministro sempre se opôs e agora vem congratular-se", criticou o líder socialista.
António José Seguro considerou que, perante "o fracasso" do Governo, "os portugueses exigem que o PS seja a alternativa política". "Nós somos a alternativa responsável a este Governo e a esta maioria", concluiu.

Foto - José Sena Goulão/Lusa

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