quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Violentas cargas policiais em Madrid deixam 32 feridos


A polícia espanhola e os manifestantes que rodeiam o Congresso de Deputados, em Madrid, entraram em confronto físico. De acordo com a imprensa espanhola, registaram-se duas cargas policiais na Praça Neptuno. Há pelo menos 32 feridos, entre os quais dois agentes.
Dezasseis dos feridos foram hospitalizados, com ferimentos leves, apenas um apresenta maior gravidade, ao que tudo indica com uma lesão medular, noticia o site do "El País".
"Os polícias antimotim dispersaram com dureza os manifestantes" que estão mais perto do Congresso, de acordocom o diário espanhol.

Segundo fontes policiais ao "Publico.es", 23 pessoas foram detidas. A tensão aumentou com a chegada de agentes anti-distúrbios em sete carrinhas policiais que se posicionaram de forma a abrir um grande círculo no meio até ali ocupado pelos manifestantes, junto de uma das barreiras que bloqueia o acesso ao Congresso.

Grita-se "O povo unido jamais será vencido", de acordo com imagens em direto da RTVE. Os ânimos exaltaram-se cerca das 20h45 (19h45 em Lisboa) e os manifestantes começaram a romper o cordão policial. Vê-se a polícia a deter pelo menos quatro pessoas, o que enfureceu a multidão, que derrubou grades e um agente foi violentamente agredido por três manifestantes.

Nas imagens difundidas pela televisão espanhola, alguns dos manifestantes começaram a sentar-se no chão e a levantar as mãos em sinal de tréguas, pedindo à polícia para não avançar. Mas numa das laterais do protesto, a polícia começou a avançar, recorrendo à bastonada de forma indiscriminada. Centenas de pessoas fugiram.
A polícia conseguiu formar de novo uma barreira e agora está a tentar dispersar a multidão que se refugia nas ruas e edifícios adjacentes à Praça Neptuno para escapar às cargas dos agentes. Decretada "tolerância zero" para os manifestantes

Milhares de pessoas estão concentradas, junto de barreiras de segurança, em todos os pontos de acesso ao Congresso de Deputados, no âmbito do protesto 'Cerca o Congresso', que decorre sob forte presença policial.

O dispositivo de segurança envolve mais de 1.300 agentes e elementos de 30 dos 52 grupos operacionais das Unidades de Intervenção Policial espanhola.
"Polícia, junta-te a nós", é o grito de muitos manifestantes dirigido aos agentes que estão nas barreiras de segurança. 

As autoridades espanholas declararam "tolerância zero" para os manifestantes que participem em qualquer tentativa de cercar o Congresso. 
Milhares de pessoas nas ruas de outras cidades espanholas

A mais numerosa é a marcha procedente da Praça de Espanha onde, segundo estimativas de agentes policiais, estarão "milhares de pessoas".
O protesto é o tema dominante nas redes sociais espanholas com fotos e vídeos de manifestantes a darem conta da elevada presença em três assembleias organizadas durante a tarde mas, especialmente, a documentar a forte presença policial.

A delegada do governo em Madrid, Cristina Cifuentes, advertiu que este tipo de protesto não será tolerado enquanto decorre um plenário da câmara baixa das Cortes espanholas.
O artigo 494 do Código Penal espanhol define as penas para quem "promova, dirija ou presida a manifestações ou outro tipo de reuniões perante as sedes do Congresso de Deputados, do Senado ou de um Assembleia Legislativa de Comunidade Autónoma, quanto esteja reunida, alterando o seu normal funcionamento".

O protesto foi convocado pela "Coordenadora 25S" e pela "Plataforma em Pé", que defende a desobediência civil, protestos e uma "assembleia permanente" de cinco dias de duração nas imediações do Congresso de Deputados.

Ações idênticas foram convocadas para outras cidades espanholas. Em Barcelona, próximo do parlamento da Catalunha, cerca das 17h30 (16h30 em Lisboa) era visível um pequeno grupo de manifestantes, a maioria com bandeiras independentistas catalãs.


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