O Bairro da Bela Vista, em
Setúbal, voltou a estar a ferro e fogo no passado fim-de- semana. Tudo devido à
morte de um jovem que morreu quando fugia da Polícia.
A vítima circulava de moto e sem capacete na zona das Manteigas,
próximo do bairro. Desobedeceu à ordem de paragem das autoridades e colocou-se
em fuga. Um chefe da PSP efectuou dois disparos para o ar para intimidar e
Rúben Marques, de 18 anos, acabou por se despistar numa das travessas do bairro
devido a um choque com um cão. Bateu num poste e faleceu. Apesar de
inicialmente se desconhecer a causa da morte, a PJ soube do caso pela
comunicação social e quando procurou saber mais sobre o assunto foi informada de
que a referida situação já não implicava o seu envolvimento.
Os tumultos começaram quando se espalhou o boato de que o
jovem Rúben Marques, morador no bairro, teria sido alvejado com um tiro na
cabeça pelos agentes, provocando a revolta de um grupo de jovens que cercaram a
esquadra e provocaram o pânico no bairro. Tudo serviu como armas de arremesso
para mostrar a “revolta”, desde queimarem os caixotes de lixo a tomarem de
assalto a um autocarro de transporte de passageiros para provocar o pânico.
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos
Profissionais de Polícia disse, em comunicado, que “foram disparados tiros de shotgun,
mas ao que tudo indica não terão atingido o
jovem que acabou por se
despistar. Agora se o despiste foi originado por se ter
assustado com os tiros, recorde-se, que são de borracha isso já não sei”. Esta
versão foi confirmada por António Ramos, dirigente do Sindicato Profissionais
de Polícias, que accionou de imediato a equipa de medição que este sindicato
tem permanentemente no bairro.
Rúben era morador no bairro da Bela Vista e foi mais uma
das vitimas que morreu em confrontos com a policia e ao que o nosso jornal
apurou o jovem era sobrinho de um agente da esquadra da PSP da Bela Vista. Esta morte ficou imediatamente, associada aos
agentes da PSP tendo sido os mesmos acusados de matar o adolescente pelos próprios familiares.
O resultado da autópsia divulgado pela Procuradoria Geral
da Républica (PGR) veio apaziguar os ânimos vividos no fim de semana passado
revelando que o mesmo morreu devido a um
traumatismo craniano confirma que a
causa foi originada pelos disparos. Devido a esta morte a Inspecção Geral da
Administração interna abriu um inquérito para averiguar a actuação da PSP.
Morte do Jovem
A vitima, ao que o nosso jornal apurou era sobrinho de um
agente da esquadra da PSP da Bela Vista. Esta morte ficou imediatamente, associada
aos agentes policiais, que foram acusados da morte do rapaz pelos próprios
familiares.
O resultado da autópsia divulgado pela Procuradoria - Geral
da República (PGR) veio apaziguar os ânimos revelando que o mesmo morreu devido
a um traumatismo craniano, confirmando que a causa da morte não foi originada
pelos disparos. Devido a esta morte a Inspecção-Geral da Administração Interna
abriu um inquérito para averiguar a actuação da PSP. Interna (MAI), Miguel
Macedo para apresentar várias soluções para o problema.
Em comunicado enviado ao jornal “o Crime” sobre o
rescaldo da reunião pode-se ler que foi apresentado “um conjunto de ações de
inclusão social em curso em Setúbal, nomeadamente na Bela Vista, em particular
o projeto “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, que envolve os moradores na tomada de decisão
sobre as medidas a desencadear em diferentes domínios com vista à melhoria da
qualidade de vida e à eliminação de estigmas”.
No mesmo comunicado, a autarca requereu ao MAI um aumento
do policiamento de proximidade na Bela Vista, uma vez que este “policiamento é
considerado pela Câmara de Setúbal a opção correta para assegurar
Reunião entre A Câmara e o MAI
Após os desacatos provocados no Bairro da Bela Vista a
presidente da autarquia de Setúbal, Maria das Dores Meira, reuniu-se com o
Ministro da Administração eficácia no relacionamento das forças da autoridade com
as populações e dissuadir comportamentos delituosos”.
No final da reunião, ficou a garantia dada pelo MAI de “ver
a possibilidade de reorganizar os meios de policiamento de proximidade existentes
em Setúbal com o objetivo de verificar se há condições para reformular esses
mecanismos no concelho e, em particular, nalguns bairros”.
Apoio psicológico
A presidente do Centro Cultural Africano, Carla Marie Jeanne,
revelou que os familiares directos do jovem, designadamente, a mãe e as irmãs,
uma com 10 e a outra com 13, estão a ser devidamente acompanhadas pelas
técnicas e auxiliares do centro no sentido de lhes ser prestado todo o apoio
ajudando-os a minimizar a dor pela perda do irmão. O Centro Cultural Africano,
inaugurado em Setembro de 2001 e instalado no Bairro da Bela Vista, procura
ajudar os jovens com necessidades e enraizar e desenvolver a Cultura Africana
junto da população através de diversas
actividades.
“Neste momento, o ambiente do bairro está calmo, mas foi
um trabalho deitado abaixo e que agora temos que voltar a recuperar. O que
posso dizer é que as pessoas estão tristes e sentidas pela morte do Rúben, mas
ficaram mais tranquilizadas com o resultado da autópsia”, afirmou a responsável
daquele centro.
Relativamente as declarações proferidas pela autarca no
final da audiência com o Ministro da Administração Interna, onde foi pedido um
maior policiamento de proximidade pois, para a autarquia de Setúbal esta é a
opção correcta para assegurar eficácia no relacionamento
das forças da autoridade com as populações e dissuadir
comportamentos delituosos, Carla Marie foi lacónica: “Um policiamento de
proximidade, onde temos
um polícia para cada pessoa? Nós consideramos que é um
exagero. O que queremos, e isso resultou, são agentes com formação especializada
para lidar com os diversos problemas e que sejam capazes de acompanhar e estar
atentos a pequenas alterações comportamentais agindo de imediato”
CM de Setúbal não responde
Enviámos perguntas à presidente da Câmara de Setúbal,
Maria das Dores Meira. Até ao fecho desta edição não recebemos qualquer
resposta.
1- Em 2009 ocorreram desordens diversas no Bairro da Bela
Vista, de onde resultou um morto. Nessa
altura afirmou numa entrevista na TVI que o bairro era
bastante sossegado e que não existiam conflitos. As informações da PSP revelam
o contrário, designadamente o RASI. Mantém o que disse na entrevista?
2- Defendeu um policiamento de proximidade Como solução
para evitar situações iguais às que ocorreram este sábado na Bela Vista?
3- O programa “ Nossa cidade nosso bairro” que refere no
comunicado foi implementado só na Bela Vista Ou em outros bairros da cidade de
Setúbal? Se sim quais?
4 - A reunião que teve com o MAI foi pedida na sequência
da morte do jovem, ou já estava pedida? Há quanto tempo?
Reportagem publicada no jornal semanário "o Crime" esta semana
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