O Hospital D. Estefânia, em Lisboa, tem para além dos seus serviços uma escola criada pelo Ministério da Educação. O objectivo é permitir que as crianças que ficam muito tempo internadas continuem a ter aulas. “Houve necessidade de criar uma escola no hospital, porque as crianças ficavam internadas por períodos longos, dando continuidade ao seu percurso escolar”, relata a professora Armanda Nunes, responsável por esta escola especial.
A escola surgiu em 1926, funcionando numa sala do Serviço de Ortopedia. E o objectivo principal do hospital é tentar “minimizar tanto quanto possível a interrupção e disrupção da educação das crianças durante o internamento, através da disponibilização da educação contínua, tão normal quanto a condição clínica da criança o permita”. Por vezes, os tratamentos são muito desgastantes não permitindo à criança acompanhar o seu estudo de uma forma permanente, mas nem por isso deixa de ter esse apoio por parte do corpo docente. Quando a criança fica impossibilitada de se deslocar ao espaço da escola, “a professora dirige-se à enfermaria onde a criança está internada e com ela estabelece um plano de trabalho individual, de acordo com as suas necessidades curriculares ou utiliza os próprios manuais do aluno”.
Convém realçar que esta escola entra em contacto com a professora oficial da criança internada, para obter informação sobre o nível escolar da criança. No que diz respeito ao corpo docente, é constituído por duas professoras do 1º Ciclo, existindo ainda um Núcleo Educativo de Apoio ao 2º/3º Ciclos e Secundário, formado por uma professora. “A escola funciona numa sala cedida pelo Hospital D. Estefânia e está equipada com mesas, cadeiras, algumas estantes, placards, um quadro Didax, seis computadores e três impressoras.”
Existe uma turma única, formada por uma população bastante flutuante e heterogénea, com alunos provenientes do país inteiro e dos P.A.L.O.P, na sua grande maioria. Em média, frequentam esta escola especial 15 alunos. No que diz respeito aos encarregados de educação ou acompanhantes, a professora responsável explica que “prestam um apoio de retaguarda, no sentido de facultarem às docentes os contactos do professor ou da escola de origem do aluno”. Sendo uma escola oficial do Ministério da Educação, rege-se pela legislação em vigor para todas as escolas e, neste caso, obedece ao regimento interno do Agrupamento a que pertence (ver caixa de texto).
Para além das actividades de componente lectiva e do cumprimento curricular, a escola elabora anualmente o seu Plano de Actividades e ajusta periodicamente as actividades à realidade hospitalar. Colabora ainda com o Grupo de Animação do Hospital e com todas as instituições da comunidade que se disponibilizam para organizar e desenvolver acções lúdico-pedagógicas com as crianças internadas. As crianças, mesmo estando dentro do Hospital Dona Estefânia, têm todo o apoio necessário para continuar mesmo com algumas interrupções por, força da natureza, para sonhar com um futuro.
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