A CGTP está à espera de ter hoje muitos milhares de trabalhadores de todo o país no Terreiro do Paço, em Lisboa, naquela que prevê que venha a ser a maior manifestação dos últimos anos.
"De acordo com os dados que temos recolhido, tudo indica que esta manifestação possa ser a maior manifestação dos últimos anos", disse à agência Lusa o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
Trabalhadores de todo o país deverão deslocar-se hoje a Lisboa para participar na manifestação convocada pela CGTP, com o intuito de mostrar ao Governo o descontentamento dos portugueses perante as medidas de austeridade impostas e para defender novas políticas de desenvolvimento para o país.
115 autocarros saem do distrito do Porto
Só do distrito do Porto vão sair cento e quinze autocarros com mais de 6.000 trabalhadores com destino à manifestação nacional, além de algumas centenas de trabalhadores que vão viajar em viatura própria ou comboio.
Arménio Carlos disse à Lusa que vão chegar à capital muitas centenas de autocarros, sem conseguir avançar com um número certo dado que até ao final do dia de sexta-feira continuavam a chegar aos sindicatos pedidos de aluguer de transportes.
"Já temos um número incomparavelmente superior ao da manifestação de fevereiro", afirmou.
Participação de 300 mil pessoas
A CGTP estimou uma participação de 300 mil pessoas na manifestação que realizou a 11 de fevereiro no Terreiro do Paço.
Arménio Carlos considerou positivo a realização, nos últimos tempos, de manifestações externas ao movimento sindical, nomeadamente a que se realizou no dia 15 de setembro.
"Queremos que todas as iniciativas cívicas tragam as pessoas para a rua, porque Portugal tem um défice democrático e precisa de mais intervenção cívica", afirmou.
"É preciso um novo rumo"
O sindicalista referiu ainda que a manifestação de hoje, embora tenha sido convocada pela CGTP, "é de todos e para todos os que estão descontentes com a situação do país".
"É preciso um novo rumo e novas políticas para o país e que todos lutem por isso", acrescentou.
O secretário-geral da Inter apelou a todos os que vão participar na manifestação para que o façam com "enorme civismo" porque "recorrer à violência, neste momento, seria a melhor prenda para o Governo".
Movimentos cívicos e polícias também vão juntar-se
Vários movimentos sociais anunciaram que vão juntar-se à manifestação da CGTP, nomeadamente, os responsáveis pelo protesto de 15 de setembro - subscritores do apelo "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!" - e a Plataforma 15 de Outubro.
O PCP e o BE vão estar representados na manifestação promovida pela CGTP-IN com os dirigentes máximos dos dois partidos e todos os representantes de ambos os grupos parlamentares.
As forças de segurança também vão marcar presença no protesto através da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que integra elementos da PSP, GNR, Polícia Marítima, Guardas Prisionais, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A manifestação no Terreiro do Paço será precedida de um desfile, dos trabalhadores dos distritos de Lisboa e Setúbal, que parte da praça dos Restauradores.
Os manifestantes que vêm do resto do país concentram-se diretamente na Praça do Comércio, onde o secretário-geral da CGTP fará uma intervenção político-sindical por volta das 16h.
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