O secretário-geral do PCP disse hoje que passado um ano de Governo PSD/CDS, "a dimensão dos problemas atingiu níveis inimagináveis" e não se resolveu a questão do défice e da dívida, acusando o primeiro-ministro de "descaramento inacreditável" ao anunciar mais austeridade.
"Dissemo-lo e a vida confirma-o. A dimensão dos problemas atingiu níveis inimagináveis. Se o país há muito estava mal, tudo ficou pior", disse Jerónimo de Sousa, na Quinta da Atalaia, no Seixal, durante o comício de encerramento da Festa do Avante! deste ano, depois de lembrar que há um ano, neste mesmo comício, tinha avisado que o acordo da ajuda externa assinado com os credores internacionais "não era um programa de ajuda, mas um pacto de agressão ao país e aos portugueses".
O líder dos comunistas portugueses sublinhou que o Governo PSD/CDS pediu "sacrifícios atrás de sacrifícios" mas "nem um só problema do país [ficou] resolvido".
"Nem aquele com que justificavam esta ação destruidora e este ataque brutal à vida dos portugueses: o controlo do défice das contas públicas. As metas do défice, em nome do qual este Governo pôs o país a ferro e fogo não vão ser resolvidas", acrescentou Jerónimo de Sousa, considerando que se trata de "um fracasso em toda a linha".
Medidas continuarão a agravar problemas
"Temos o país no fundo, défice por resolver e dívida a aumentar 6,6 milhões de euros", insitiu.
Para Jerónimo de Sousa é, por isso, um "descaramento" o recente anúncio de mais austeridade: "Agora, aí os temos a dizer que nem tudo correu como previam. E com um descaramento inacreditável a anuncia novas e mais brutais medidas, em nome da solução dos problemas que deliberadamente agravaram e continuam a agravar", afirmou.
"Ultrapassando tudo o que era imaginável e todos os limites da desfaçatez e do cinismo, acabámos de ver o primeiro-ministro, Passos Coelho, com ar pungente, a anunciar um descarado roubo nos salários dos trabalhadores e reformados, em nome do combate ao desemprego", acrescentou, perante os milhares de pessoas que enchiam o recinto envolvente do Palco 25 de Abril da Quinta da Atalaia.
Foto - José Sena Goulão/Lusa
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